sexta-feira, 22 de agosto de 2008

A cavalo dado...

A dois dias do fim dos Jogos de Pequim, já há quem peça balanços e eu, seguindo o repto de um leitor que nos brindou com a sua análise num comentário no site do PÚBLICO dedicado aos Jogos Olímpicos, ofereço os meus "two cents" sobre o assunto.

O número de atletas apanhados por doping é igual ao número de.... cavalos dopados. Exactamente, quatro bichos e quatro atletas (bem, houve mais alguns, mas as análises foram feitas antes dos Jogos) tomavam coisas que não deviam, segundo dizem as regras do "jogo limpo". Para mim, que não ligo muito aos cavalos desde que deixei de gostar dos filmes do John Wayne, esta é a grande surpresa vinda de Pequim.


Como análise, não é brilhante (ainda pensei no Tyson-Gay-zero-finais-em-duas-tentativas versus Usain-Bolt-três-medalhas-três-recordes, mas desisti dada a facilidade com que "Relâmpago" Bolt esturricou a concorrência). E vocês, votam em quê?

7 comentários:

atribodofutebol disse...

Para mim, as duas grandes figuras destes jogos são o Íncrível Phelps e o Usain "Lightning" Bolt. Pelo menos a mim, proporcionaram-me alguns dos melhores momentos destes Jogos.

Como sou um fã de ténis e especialmente do novo n.º 1 do mundo, destacaria também a confirmação do Rafael Nadal como o melhor tenista da actualidade. E, claro, o grande Nelson Évora e a piquena mas não menos brilhante Vanessa Fernandes.

Do lado das desilusões, como português, mais do que o Tyson Gay ou o Asafa Powell, eu escolheria a Naide Gomes e a Telma Monteiro. Que me desculpe a primeira, que tentou fazer o melhor que sabia, mas a sua não qualificação para a final foi um verdadeiro murro no estômago para mim que sempre estive convicto que ela traria o ouro.

Fernando disse...

Bem, a acrecentar às figuras + eleitas pelo post anterior, tenho apenas o vencedor dos 10 km em águas abertas Maarten van der Weijden que após ter ultrapassado a leucemia, ultrapassou todos os adversários para conquistar o primeiro título olímpico desta disciplina.

Gostaria ainda de salientar as performances superiores dos etiopes Kenenisa Bekele e Tirunesh Dibaba ("Bunny face destroyer", como é conhecida no atletismo) ao conseguirem a dobradinha nos 10.000 e 5.000 metros.

Por fim, a desilusão principal: a mentalidade e a sociedade portuguesa... Pelas polémica em torno destes jogos, pela exagerada importância conferida a declarações de atletas pouco experientes (por culpa da nossa comunicação social e da nossa sociedade em geral) em termos da pressão que lhes é conferida pelos media e também pouco experientes em grandes competições... Lamento que, como disse o Prof. Jorge Vieira (Vice-Presidente da FPA), "apenas de 4 em 4 anos, o país se lembra que há Jogos Olímpicos e, como só se vive o futebol durante todo este interregno, se transporte para os nossos atletas o mesmo espírito e a mesma atitude com que vêm o futebol..."

SE mudarmos, teremos hipótese de obter melhores resultados... A começar por mais investimento (e menos propaganda política) e menos pressão atribuída aos nossos atletas...

xana disse...

Pela positiva quero destacar: Nelson Évora, Maarten van der Weijden e Diogo Ganchinho, os dois primeiros pelas razões de todos conhecidas e o Diogo pelo facto de ser um atleta muito jovem e ter feito o melhor que sabia, só que os outros fizeram melhor. Pela negativa, algumas arbitragens e toda a polémica que se gerou em Portugal, já agora, gostava de saber porque é que o governo só pede contas ao comité olimpico português pelo facto dos resultados estarem abaixo das espectativas, então se estivessem de acordo ou acima o COP não teria que prestar contas?

Anónimo disse...

Veja-os no Outras Ondas!

Nuno Góis disse...

Então depois de tanto se diabolizar e tentar boicotar estes jogos, não há sequer uma palavra de parabéns à china pela excelente organização?

Unknown disse...

A cerimónia de Abertura foi algo de genial e irrepetível. A China esteve em grande, a todos os níveis. Pena, sempre, o partido único e a não liberdade de expressão e de imprensa, que irão continuar.
Mas, como um ocidental que vive e trabalha em Macau e Hong Kong, devo dizer que esse grande País está mesmo de parabéns depois do horror dos 90 mil mortos do Terramoto de Beichuan/Wenchuan/Sichuan em 12 de Maio.
E, quanto a Portugal, os parabéns às 2 medalhas portuguesas e ao 4.o lugar na vela classe laser que falhou por 1 ponto o bronze. Vergonha, enorme, para o C. O. Português, para o seu presidente a arrastar-se ao poder e para as péssimas declarações de muitos atletas lusos, supostamente, de alta competição. É tempo de Portugal não pensar apenas na clubite e no futebol.

António disse...

Questão difícil.

À partida o feito de Phelps é algo de único e quase irrepetível, ao fim ao cabo esperamos 36 anos para o ver e nenhum dos seus brilhantes predecessores chegou sequer perto. Se lhe somarmos as medalhas de Atenas e pensemos no esforço que é necessário para que um atleta se mantenha no topo durante 4 anos não há discussão.

Já se a questão se limita a estes jogos poderá haver motivo para apontar Bolt como a figura destes jogos. A sua supermacia foi esmagadora e de metros e juntar os títulos dos 100 e dos 200 (algo que não acontecia em 24 anos) aos 3 recordes mundiais é razão de pasmo absoluto. Tem o meu voto.